Trabalhadora rural, rendeira, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Paraíba.
Foi assassinada por um jagunço a mando de latifundiários da região, no dia 13 de agosto de 1983.
Destacou-se pela defesa dos direitos do trabalhador sem terra, pelo registro em carteira, pela jornada de 8 horas, pelo 13° salário, férias, entre outros direitos.
Raimundo Francisco de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Pedro, Rio Grande do Norte, assim se expressou para homenagear Margarida:
No dia doze de agosto
do ano de oitenta e três
parece que a natureza
descuidou-se ou não sei
fazendo com que Margarida
víssemos pela última vez.
Margarida porque tinha
trabalho de consciência
saiu deixando um trabalho
por outro mais de urgência
sem saber que os patrões
usariam da violência.
Estando na sua casa
conversando com o marido
foi visto por um vizinho
quando chegou um bandido
chegando deixar seu corpo
sem vida no chão caído.
Seu Casimiro que estava
nesta mesma ocasião
sentado em uma cadeira
olhando a televisão
foi escutando um disparo
e vendo a esposa no chão.
O Rio Grande do Norte
e Pernambuco também
o povo da Paraíba
de Itambé e Belém
sentiram este drama triste
por tanto lhe querer bem.
Chora toda a Paraíba
que conhecia a mulher
por ser muito combativa
e mantinha a classe em pé
a morte de Margarida
para o povo é taça de fé.
Com ela são trinta e dois
já vítimas de violência
queremos que a justiça
use de mais consciência
tomando de imediato
as devidas providências.
Justiça por caridade
descubra este bandido
se apelarmos pra Deus
faz o que Ele é servido
para que vocês esperem
porque quem com ferro fere
com ferro será ferido.
CUT - Imprensa 17/05/2002
Margarida Alves
Novo julgamento
O latifundiário e médico José Buarque de Gusmão Neto, um dos acusados de ordenar o assassinato da líder rural Margarida Maria Alves vai a novo julgamento no dia 28 de maio. Zito Buarque, havia sido absolvido ano passado, mas a Justiça considerou que o resultado do julgamento era incompatível com as provas incluídas no processo. O crime ocorreu há 19 anos, na Paraíba, e até hoje nenhum dos assassinos foi punido.
CUT - Imprensa - 27/05/02
Julgamento suspenso
O julgamento de um dos acusados de ordenar o assassinato da agricultora Margarida Maria Alves, que estava marcado para hoje, dia 28, está suspenso. O réu, José Buarque de Gusmão Neto, conhecido por Zito Buarque, latifundiário e médico, obteve liminar junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro Gilson Dipp suspendeu o julgamento até a análise do mérito do pedido de habeas corpus. O crime ocorreu há 19 anos, na Paraíba, e até hoje nenhum dos assassinos foi punido. A Associação Nacional das Mulheres Trabalhadoras Rurais (ANMTR) encaminhou fax ao ministro da Justiça exigindo que o julgamento seja remarcado.
2 comentários:
Bom dia Moisés.
Gostei e muito admirei essa grande lutadora pela causa de seu povo.
Bonita homenagem que você vez a ela.
um abraço e um ótimo final de semana.
Paulo Ávila
olá, sou Rosenilze de Campinas. conheci a história de Margarida Maria Alves e como a vida dela reflete a de muitas mulheres, fizemos uma homenagem e o nome da creche no bairro da Vila União em Campinas é de Margarida Maria Alves.
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