segunda-feira, junho 30, 2008

HISTORIA DO NEGRO NO BRASIL

Comentários Moisés Basílio: Quem puder, corra depressa e faça a sua inscrição. Bela iniciativa. Axé!

VIII CURSO DE DIFUSAO CULTURAL CEA/USP:
ASPECTOS DA CULTURA E DA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL

(curso de difusão – 45h, com nota)

PERÍODO DO CURSO:
05.08 a 25.11.2008, exceto nos dias 09.09 e 28.10.2008.
3ª feira: das 19 às 22h

PÚBLICO-ALVO:
Professores de Ensino Fundamental e Médio das Redes Públicas e Particulares e Interessados em geral.

VAGAS: 100, com mínimo de 60 participantes.

SORTEIO PARA VAGAS GRATUITAS

INSCRIÇÃO: 10 e 11.07.2008, pela Internet
INSCRIÇÃO para categoria Outros: 10 e 11.07.2008 (ver obs. 2, 3 e 4)

RESULTADO: 14.07.2008

PÚBLICO ALVO PARA O SORTEIO: Comunidade USP, 3ª idade e Outros, que possuem o perfil do público alvo assim distribuído: 1 para docente, 1 para discente, 1 para funcionário, 3 para 3ª idade e 2 para Outros (ver obs. 2, 3 e 4).

OBSERVAÇÕES:
1. O sorteio não garante a vaga, devendo a pessoa contemplada (ou seu representante) comparecer no dia de matrícula;
2. Categoria Outros: a inscrição somente no CEA/USP, pessoalmente ou por procuração;
3. Documentos necessários para incrição: pedido fundamentado; curriculo atualizado completo com dados pessoais, etc.; cópia da última declaração de rendimentos; e, assinatura de termo de compromisso (caso seja contemplado);
4. CEA: Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, sala 1087 - das 14 às 19h - 2ª à 6ª feira - tel. 3091-3744 - cea@usp.br).

MATRÍCULA

PERÍODO: 15 a 22.07.2008, enquanto houver vaga.

PARA EFETUAR A MATRÍCULA, DEVERÁ APRESENTAR:
- documento atualizado que comprove pertencer ao público-alvo (carteirinha USP/holerite);
- RG (com data de expedição) e CPF;
- endereço e telefone.

LOCAL DA MATRÍCULA: <<clique aqui>>

OBSERVAÇÃO:
1. Não efetuaremos matrículas fora do prazo estipulado;
2. As matrículas serão feitas por ordem de chegada.

VALOR DO CURSO

R$ 180,00 ou 2 x 90,00: Interessados em geral
R$ 162,00 ou 2 x 81,00: Graduandos e pós-graduandos da FFLCH

R$ 90,00 ou 2 x 45,00:

Profs. Ativos da Rede Pública, maiores de 60 anos, monitores bolsistas e estagiários da FFLCH
Gratuita: Docentes e Funcionários da FFLCH

OBSERVAÇÃO:
1. O pagamento será mediante boleto bancário impresso no ato da matrícula;
2. Não haverá devolução da taxa após o início do curso;
3. Os descontos serão concedidos mediante solicitação do interessado e comprovação da categoria a que pertence (apresentação da carteirinha USP ou holerite).

PROGRAMA E MINISTRANTES

1ª Aula – 05/08/2008 - Prof. Kabengele Munanga
1.Introdução
Apresentação do curso: objetivos, conteúdo do programa, bibliografia básica.
Origens geográficas dos africanos escravizados no Brasil.
Existe uma história do negro no Brasil? E por onde ela começa?

2ª Aula – 12/08/2008
- Profª Marina Pereira Almeida Mello
2. O negro no território brasileiro e o regime escravista: adaptação e resistência;
2.1. Resistências individuais;
2.2. Resistências coletivas: rebeliões nas senzalas, quilombos, Revolta dos Malês;
2.3. Atuação do negro na abolição.

3ª Aula – 19/08/2008 -
Profª Marina Pereira Almeida Mello
3. O negro após a abolição e novas formas de resistência:
3.1. A revolta da Chibata;
3.2. A Frente Negra Brasileira – imprensa negra em São Paulo;
3.3. O movimento negro contemporâneo.

4ª e 5ª Aulas – 26/08 e 02/09/2008 -
Profs. Juarez Tadeu de Paula Xavier e Antonia Ap. Quintão dos Santos Cezerilo
4. Culturas negras no Brasil:
4.1. Leis e repressões contra as culturas negras no Brasil – estratégias e formas de resistência:
4.1.1. Resistências religiosas: irmandades, candomblé, umbanda, etc.

6ª e 7ª Aulas – 16 e 23/09/2008 -
Profas. Lígia Ferreira e Maria Cecília Félix Calaça
4.1.2. Resistências artísticas: culinária, música, dança, artes visuais, literatura, arte do corpo (capoeira), arquitetura, etc.

8ª e 9ª Aulas – 30/09 e 07/10/2008
- Profs. Kabengele Munanga e Antonio Carlos Arruda da Silva
5. Negro e discriminação racial no Brasil:
5.1. Conceitos básicos: preconceito, raça, racismo e etnicidade no Brasil;
5.2. Características do racismo à brasileira;
5.3. Direitos Humanos e a questão racial.

10ª e 11ª Aulas – 14 e 21/10/2008 -
Profas. Luciene Cecília Barbosa e Eliana de Oliveira
5.4. Formas de exclusão do negro no Brasil:
5.4.1. O negro na mídia e no mercado de trabalho;
5.4.2. O negro na educação (ensino fundamental, médio e superior).

12ª e 13ª Aulas – 04 e 11/11/2008
- Profª Roseli de Oliveira
5.4.3. O negro na saúde: a legislação;
5.4.4. Questões específicas da saúde da população negra.

14ª Aula – 18/11/2008 -
Prof. Dr. Kabengele Munanga
6. Multiculturalismo e a Ação Afirmativa no Brasil:
6.1. Políticas de reconhecimento da Identidade Negra no Brasil, exemplos das Leis. 10.639/03 e 11.645/08
6.2. O Debate sobre as cotas raciais.

15ª Aula – 25/11/2008 -
Prof. Dr. Kabengele Munanga
Encerramento do Curso.
Avaliação (Por escrito).

OUTRAS INFORMAÇÕES

OBJETIVO: Capacitação dos professores das redes públicas e particular de ensino no aprendizado dos aspectos da cultura e da história do negro no Brasil; propiciando acesso ao material de apoio e didático para ser utilizado em sala de aula, embasados nos conhecimentos apreendidos em cada temática que certamente, serão de utilidade prática.

COORDENAÇÃO: Prof. Dr. Kabengele Munanga, da FFLCH/USP.

PROMOÇÃO: Centro de Estudos Africanos (CEA), da FFLCH/USP.

CERTIFICADO: Para fazer jus ao certificado de extensão o aluno precisa ter o mínimo de 85% de presença e nota mínima 5.

LOCAL DO CURSO: Prédio de Filosofia e Ciências Sociais, Av. Prof. Luciano Gualberto, 315. Sala a confirmar.

sexta-feira, junho 27, 2008

A CIDADE DE S. PAULO EM 1943!

Comentários Moisés Basilio: Recebi a dica que repasso aqui no blog. São imagens muito bonitas, em preto e branco, de uma São Paulo no início da década de quarenta, mas tudo em inglês. Dá até saudades de um tempo não vivido. E na mensagem do Cesar Maia abaixo, o espírito carioca espeta escancaradamente os paulistas, quando atribui o crescimento de São Paulo ao governo de Getúlio Vargas e não a JK, e ignora totalmente o espírito empreendedor a gente paulista. Haja rivalidades regionais! Axé!

Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia 27/06/2008

Para colecionadores! O Interamerican Affairs -do governo dos EUA- já apresentava SP como cidade industrial e a que mais crescia. Documento importante para corrigir a idéia de que o crescimento -industrial em particular- se deve ao governo JK. Na verdade se deve ao período Vargas e -em especial- durante o Estado Novo.

Clique abaixo: são 14 minutos.
http://br.youtube.com/watch?v=InWifglIkQ0

terça-feira, junho 17, 2008

GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO

Comentário Moisés Basílio: Recebi de amigos essa mensagem que repasso à todos.

Estamos em GREVE. E agora?
(Uma conversa sobre o PORQUÊ, o PARA QUÊ e o COMO fazer GREVE)


O texto que se segue é testemunho fiel da conversa que tivemos ou da conversa que ainda devemos ter com nossos alunos após a greve recém deflagrada na rede pública estadual de São Paulo [Fernando Vidal Filho e Eduardo Garcia Amaral, professores].


– Professor, sexta-feira eu passei pela Praça da República e vi como estava cheia. Você também estava lá?


– Estava.


– E o que vocês decidiram?


– Decidimos que estamos em GREVE.


– Nossa! Mas por que uma decisão tão radical?


– Vamos começar pelo começo. Não sei se você já reparou, mas a escola pública não anda muito bem das pernas. O governo e os jornais dizem a torto e a direito que a culpa é dos professores. Incompetentes, faltosos, atrasados... estes entre outros adjetivos são usados para qualificar os professores e, por extensão, para culpá-los pelo péssimo desempenho dos alunos. Mas será que é tudo culpa dos professores?


– Se os alunos não aprendem direito deve ser por que os professores não ensinam direito, né?


– É exatamente nisso que querem que vocês acreditem. Mas pense bem: por que será que os professores não estão conseguindo ensinar direito? Você acha que é a mesma coisa dar aulas pra 35 e pra 50 alunos?


– Obviamente não.


– Pois os professores geralmente têm que lidar com salas super-lotadas, em que faltam até carteiras pra alguns alunos. Agora pense em mais outra coisa. Será a mesma coisa dar 20 aulas ou 30 numa semana? Ou 50?


– Novamente: não.


– Pois os professores muitos deles têm uma jornada de trabalho super-carregada, em mais de uma escola, durante os três períodos, nos cinco dias da semana. Isso porque o salário anda lá em baixo. A gente começa a achar que é normal que um professor tenha uma jornada diária de trabalho de mais de 8 horas. E faça as contas: para quantos alunos um professor dá aula? Quantos trabalhos e provas ele tem para corrigir?


– É de um batalhão de gente, né não?


– Pois é! Agora imagine que este professor, por mais dedicado que seja, não pode acompanhar a aprendizagem de seus alunos, um por um. Com o tanto de coisas para corrigir, fica tudo meio apressado. A parte mais fácil de tudo é corrigir as provas; o difícil mesmo é conseguir corrigir os alunos, fazer com que eles não errem mais naquele ponto. E uns ficam sem aprender quase nada mesmo.


– Azar desses alunos...


– Não. Azar do professor! Porque essa coisa dos alunos não aprenderem é bem frustrante, sabe? E veja bem: não é por causa do aluno ser ruim, ou do professor ser ruim. Mas é porque as condições de trabalho que enfrentamos é que são ruins, muito ruins, para garantir uma educação de qualidade.


– Ixi, não tinha pensado nisso...


– Então! Junte essa frustração com a sobrecarga de trabalho. Não temos aumento há mais de 3 anos e temos que colocar a comida na mesa. Para isso trabalhamos mais do que agüentamos, nos desgastamos e adoecemos com freqüência.


– Então é por isso que há tantas faltas de professores na escola pública?


– Provavelmente é uma das razões, aliás bem razoável, não? Imagine também que essa vida de correria muitas vezes impede que possamos preparar nossas aulas como gostaríamos, estudar coisas novas sobre nossas matérias. Mas mesmo assim estamos na batalha. Agora pense no seu material.


– Aquele jornal?


– Isso. Assim como ele chegou do nada para você, ele chegou do nada para mim, na véspera. E recebi também uma “Revista do Professor” em que se pretendia ensinar a mim como ensinar com aquele jornal, aula a aula. Depois do jornal, veio um outro “Caderno do Professor”, com várias sugestões de seqüências de aulas que podemos dar.


– E isso é ruim, professor?


– Se fossem só sugestões, vá lá! Tem uma história no ar de que vocês alunos seriam avaliados por aquilo que está lá no tal Caderno. Aí, já não é sugestão, é imposição; se eu não seguir a cartilha, vocês dançam.


– Entendi... puts!


– E tem outro lado isso aí. Eu já dou aula há algum tempo, sobre assuntos até semelhantes àqueles do jornal ou do Caderno... teria simplesmente que deixar de lado a minha experiência para seguir uma cartilha que é completamente estranha àquilo que aprendi durante esses anos todos? E tudo aquilo em que acredito, o que sei fazer, pela minha experiência, os caminhos que escolho para as aulas, as questões que privilegio, como eu concebo a educação e o ensino – tudo isto fica de lado? É o que a Secretaria da Educação nos mandou fazer. Ela desprezou nossa experiência, retirou uma conquista nossa: “a liberdade de cátedra”. É uma situação humilhante, você não acha?


– Eu ficaria bem bravo se fizessem isso comigo.


– E tudo isto tem sido apresentado como a revolução do ensino público paulista. Isso não parece uma grande farsa, quando as condições de trabalho permanecem inalteradas?


– Para dizer o mínimo.


– Se parássemos por aqui a situação já se mostraria revoltante, você não concorda? Mas isso não é tudo. Além de difamar os professores na imprensa, sucatear as escolas, super-explorar nosso trabalho e destruir nossa identidade profissional, o governo agora quer retirar nossos direitos, nossas conquistas históricas através de decretos que restringem nosso direito de faltar quando ficamos doentes e de nos removermos de unidade escolar quando precisamos mudar de bairro, cidade ou região.


– Como assim, professor?


– É que, ao invés de melhorar as condições de trabalho que adoecem os professores e os fazem faltar – o que é um problemão –, o governo decreta que podemos apenas faltar 6 vezes por ano por conta de doença.


– Ah, então quer dizer que se o professor ficar doente em mais de 6 dias por ano ele ganhará ainda menos?


– Isso mesmo.


– Se o cara estiver na pindaíba ele que venha dar aulas doente?


– Parece ser este o recado.


– E o outro decreto, o da tal remoção?


– Se fulano tirar qualquer tipo de licença ou tiver mais de 10 faltas, ele não pode pedir transferência para dar aula em outra escola. Se ele estiver entrando agora na carreira, só poderá se remover daqui a três anos, mesmo se na escola em que foi designado não tenha aulas o suficiente para ele completar sua jornada. Fica condenado a dar aulas em mais de uma escola, mesmo sendo efetivo.


– O sujeito tá lascado então, né?


– Calma, porque não é só isso. Pelo decreto, fica também definido que os concursos para ingresso na carreira serão por diretoria de ensino, e não mais para o Estado todo. Pode acontecer de um candidato obter uma pontuação em que, em uma região estaria classificado, e na outra não. Afora o receio de que o processo e sua impessoalidade fiquem comprometidas. Pior ainda é a situação dos professores que não são efetivos, os “OFAs”. Muitos deles que já dão aula no Estado há muito tempo. Agora, como se a experiência deles não valesse muita coisa, terão que prestar uma prova, uma seleção.


– Uma avaliação, né?


– É. Mas veja só, que coisa! Os OFAs já não têm garantias de que haja aulas para eles no ano seguinte. São temporários, com relações precárias de emprego. Então, se o sujeito não passa na prova, ou perde a prova por causa de qualquer motivo, ele não poderá assumir aula nenhuma enquanto valer o processo de seleção – um ano, dois? Ninguém sabe. Então, ele de repente pode ficar sem emprego. E, de novo: não é fazendo avaliação e mais avaliação que a educação vai mudar, se não se mexer nas condições de trabalho.


– Faz sentido...


– É uma medida que não tem impacto na educação, mas sim na precarização da vida dos professores. O Estado não quer assumir os vínculos e suas responsabilidades com estes professores. São descartáveis e muitos serão descartados.


– Nossa professor! Como dizia meu avô: “A situação tá cínica, os pior vai pras clínica”.


Pois é. Antes de ir pras clínica resolvemos fazer uma GREVE pra tentar reverter esta situação.


–Agora me diga o seguinte: e amanhã, vai ter aula?


– Em primeiro lugar, greve não significa ficar parado. É um tipo curioso de paralisação, pois no fundo é uma grande movimentação. Quando se está paralisado, em estado de greve, é que se tem noção de como o cotidiano é que estava em estado de paralisia. Portanto, ao invés de falarmos de paralisação, deveríamos falar de suspensão das atividades cotidianas, uma maneira de colocar em discussão aquilo sobre o que quase não temos condições nem tempo de discutir.


–Poxa! Legal isso! Mas discutir o que, hein?


– Temos bastante coisa pra discutir, não? Entre nós professores, sabemos que o problema não está só no decreto, mas tem a ver também com nosso Plano de Carreira, com definição de uma jornada de trabalho que possa garantir de fato a permanência do professor em uma só escola, apontando para uma política de reajuste salarial. Mas temos também muito a discutir com os alunos. Por isso, pelo menos durante essa semana, poderíamos fazer algumas atividades de greve: reuniões, debates, conversas entre os professores, alunos e pais de alunos. Discutir o que todos queremos, que é uma educação de qualidade para todos.


–É isso aí!


– Ah... e sexta-feira, 20 de junho, às 14:00hs, temos nova Assembléia lá no vão do MASP. Vê se aparece. A gente continua o papo por lá também e tenta dar um jeito nessa situação.


– Até lá então!