segunda-feira, maio 03, 2010

COMPARSAS DO SAMBA - A DA COPA

Comentários Moisés Basílio: Um samba redondinho e na cadência da tradição paulistana. É sempre gratificante ver e ouvir gente nova compondo e se expondo. Bela composição de Pedro Carignato e Rodrigo Reis. Gostei muito do cavaco e da flauta. Sucesso e muito Axé!


sábado, maio 01, 2010

MUSSUM E A MÚSICA

Comentários Moisés Basílio: Cresci admirando o Mussum. Ao mesmo tempo, ele era o comediante dos Trapalhões e o sambista dos "Originais do Samba". Num tempo em que o negro era ainda visto como alguém de segunda categoria, Mussum foi um negro que me ajudou a assumir a negritude, ou seja, se orgulhar de ser negro. Obrigado Mussum! Saudadis!Axéis!

Fonte: O Estadao de S.Paulo - 03 de março de 2010
O lado menos conhecido do sambista Mussum
É relançado seu 1.º solo, de 1980, que leva seu nome no título
Lucas Nobile

Quando Os Trapalhões decolaram definitivamente na TV Globo, Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, teve, naturalmente, de abandonar Os Originais do Samba, grupo que ajudou a fundar na década de 1960. O que pouco se sabe é que paralelamente a tudo isso o comediante e sambista gravou três discos-solo. O primeiro, de nome Mussum, foi registrado em 1980 pela antiga RCA Victor e acaba de ser relançado pela Sony Music.

O álbum não deve nada aos outros dois, Água Benta (1978) e Because Forever (1986). Mussum era do métier, frequentando as rodas do Cacique de Ramos e convivendo com os bambas da época. Como se não bastasse o fato de passear com naturalidade pelo universo dos sambistas, Mussum também emprestava seu carisma conhecido nas telas aos microfones dos estúdios, com afinação e divisão rítmica destacadas. Além disso, em Descobrimento do Brasil, ele teve o privilégio de contar com um instrumental luxuoso, sendo amparado por feras como Dino Sete Cordas (violão 7 cordas), Luizão Maia (baixo), Wilson das Neves (bateria), Almir Guineto (banjo), Bira Presidente (pandeiro), Ubirani (repique), Sereno (tantã), Chiquinho (acordeão) e Zé Bodega, da lendária Orquestra Tabajara (sax tenor), entre outros.
Nas 11 faixas, Mussum mostra-se versátil ao interpretar versos de amor escritos por grandes compositores, como em Um Amor Em Cada Coração, de Vinicius de Moraes e Baden Powell - com bela participação da cantora Márcia -, e em Criança Louca, de Jorge Aragão e do saudoso Neoci Dias, também integrante da primeira formação do Fundo de Quintal. Mas é nos sambas jocosos que ele deita e rola, com letras que parecem ter sido escritas para sua voz. Exemplos maiores são A Vizinha (Paulinho Durena e Alfredo Melodia) e o destaque, Nega Besta. Na música, derivada de The Old Fashioned Way, Mussum desfila seu vasto vocabulário de palavras terminadas com "is", como "casis" (casa) e "housis" (house), com versos hilários do genial Arnaud Rodrigues, que morreu no último dia 16. A letra é representante da linha seguida ainda hoje por Nei Lopes, Germano Mathias e Trio Calafrio, com Marcos Diniz, Luiz Grande e Barbeirinho do Jacarezinho.
O álbum tem ainda bons momentos, com Martinho da Vila cantando Teatro Brasileiro, samba que impressiona pelo jeito semelhante de interpretação entre ele e Mussum, além da discreta participação dos Trapalhões em Descobrimento do Brasil, no qual o cantor é acompanhado por crianças. Por fim, com Eu Sou Assim, o disco deixa a certeza de que o dia 29 de julho de 1994 não nos levou apenas um gênio do humor, mas também um grande sambista.