quinta-feira, maio 01, 2014

DESAFIOS ECONÔMICOS PARA O BRASIL EM 2015: FAÇAMOS NOSSAS APOSTAS

Por Moisés Basílio

O jornal paulistano "O Estado de S. Paulo" vem publicando aos domingos uma série de entrevistas com economistas de diferentes matizes e experientes no trato das questões espinhosas de nossa economia, em seus aspectos sociais e políticos.  
Aproveitei as leituras e fiz um dossiê do que já foi publicado até agora, pois estamos em ano eleitoral e temos o dever cívico de nos preparamos para escolher nossos próximos governantes federal e estadual. 
A economia é uma arte de difícil manejo. Por mais estudos que se faça, as variáveis são tantas que o resultado final é difícil de ser previsto com antecipação. A partir de uma base de princípios e hipóteses iniciais se faz uma aposta e durante o caminho de sua execução vai se corrigindo a rota. A incerteza é sua companheira constante e só ao final de um ciclo é que saberemos se nossas apostas foram válidas ou equivocadas.
No plano macro-econômico brasileiro as grandes apostas são feitas de quatro em quatro anos no momento da disputa eleitoral. As forças politicas, econômicas e sociais da nação entram numa disputa para a consolidação de uma nova maioria para governar. 
Estamos vivendo o primeiro momento dessa disputa que é a fase pré-eleitoral, onde se formam as primeiras alianças e se constrói o programa para ganhar a eleição e também se afina o discurso eleitoral. E é bom lembrar que o programa para ganhar a eleição não é o programa que vai governar. Esse só se estabelece depois do resultado final das eleições. 
Com a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil nesse ano de 2014, entre o primeiro e o segundo momento, teremos uma momento intermediário importante, que de uma forma ou de outra influenciará no resultado final das eleições. Três fatores terão influência nesse momento: 1. O bom ou o mau desempenho da organização geral da Copa no país; 2. As manifestações de massa pró ou contra a realização da Copa; 3. O desempenho da Seleção Brasileira.
O segundo momento é o da campanha eleitoral do primeiro turno. Começa para valer com o início do horário eleitoral gratuito na televisão e rádio, a campanha de rua, e nas últimas eleições tem sido potenciado pela rede mundial de computadores. 
O terceiro momento é o da campanha eleitoral do segundo turno. Dependendo dos resultados do primeiro turno, tudo pode ser rearranjado para a nova disputa. Com o quadro do parlamento já definido, os dois candidatos majoritários que vão à nova disputa terão que moldar suas ações a partir das novas forças políticas que emergirem das urnas. As alianças são repactuadas e novas apostas serão feitas. 
O quarto momento é o tempo entre a festa da vitória dos que ganharam as eleições e a posse do novo governo. Da euforia inicial da vitória até a posse no poder para governar há um hiato onde as apostas se renovam. O ponto culminante se dá na difícil montagem do novo governo com as respectivas divisões dos cargos, tanto no poder executivo, quanto no poder legislativo. 
Os economistas listados a seguir estão em dois grandes campos: Os que em linha geral apoiam a atual maioria que governa, tendo à frente a Presidenta Dilma e os que tem se destacados no campo da oposição às apostas do atual governo. Pela leitura do perfil biográfico e pelos resumos das principais citações de cada economista, do resumo que preparei, já dá para perceber quais serão suas apostas. É bom também ressaltar que falta muita gente ainda entrar nesse debate e que essa lista é uma escolha da linha editorial do jornal. Assim que tiver acesso a outras posição com certeza compartilharei nesse espaço.
Vamos ao debate. Façamos nossas apostas.

Série de debates - Desafios Econômicos para o Brasil em 2015
Fonte: Jornal o Estado de S. Paulo 
Nelson Barbosa - Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa é bacharel em Economia pela UFRJ e PHD em Economia pela New School for Social Research. Ingressou na equipe econômica do governo em 2003 e deixou o cargo de secretário executivo da Fazenda no ano passado. ‘É preciso ir além com o gasto social’, diz ex-secretário executivo da Fazenda. Na primeira de uma série de entrevistas do 'Estado' com economistas, Nelson Barbosa diz que o próximo governo deve avançar em habitação, transporte público e inclusão digital - http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,e-preciso-ir-alem-com-o-gasto-social-diz-ex-secretario-executivo-da-fazenda,1130766,0.htm

Eduardo Giannetti da Fonseca - Doutor em economia pela Universidade de Cambridge, mineiro de Belo Horizonte, Giannetti formou-se em economia e ciências sociais pela Universidade de São Paulo, onde também lecionou. Foi professor na Universidade de Cambridge e é autor de vários livros, entre eles ‘O valor do amanhã’. - ‘Educação e meio ambiente devem ser as prioridades’, diz Eduardo Giannetti - Em um novo modelo de crescimento, investimentos devem ser direcionados para o capital humano - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,educacao-e-meio-ambiente-devem-ser-as-prioridades-diz-eduardo-giannetti,178374,0.htm


José Roberto Mendonça de Barros - Doutor em Economia pela USP, com pós doutorado em Yale, Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 1995 e 1998, José Roberto Mendonça de Barros é o fundador da MB Associados, consultoria que atende cerca de 50 das maiores empresas e instituições financeiras do País- ‘Investimento privado vai nos tirar da armadilha’, diz Mendonça de Barros - Para ex-secretário do Ministério da Fazenda no Plano Real, País volta a crescer se mobilizar empresários - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,investimento-privado-vai-nos-tirar-da-armadilha-diz-mendonca-de-barros,178888,0.htm

André Lara Resende - Economista foi um dos ‘pais’ do Plano Real e dirigiu o BNDES, economista, formado pela PUC-Rio, obteve posteriormente o título de PhD em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology. Foi um dos formuladores do Plano Real e presidente do BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso. - ‘É preciso crescer com qualidade de vida’, diz Lara Resende - Para o economista, modelo de desenvolvimento baseado apenas em expansão de PIB e consumo material não se sustenta - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,e-preciso-crescer-com-qualidade-de-vida-diz-lara-resende,179169,0.htm

Edmar Bacha - diretor da Casa das Garças, mineiro, de Lambari, foi um dos primeiros economistas brasileiros a concluir doutorado no exterior, em Yale, nos EUA. Professor titular na PUCRio, UFRJ e FGV-Rio. Foi presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso- ‘Para escapar do pibinho, o caminho é a abertura’, diz Edmar Bacha - A integração às cadeias globais de produção levará ao choque de produtividade que o País precisa - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,para-escapar-do-pibinho-o-caminho-e-a-abertura-diz-edmar-bacha,179704,0.htm

Márcio Pochmann - Presidente da Fundação Perseu Abramo - Gaúcho, de Venâncio Aires, é professor na Universidade Estadual de Campinas, presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e foi consultor da Organização Internacional do Trabalho. Na política, concorreu à prefeitura de Campinas. - ‘Donos de propriedade pagam pouco imposto’, diz Marcio Pochmann - Presidente de organização do PT diz que é preciso buscar novas formas de financiamento do Estado - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,donos-de-propriedade-pagam-pouco-imposto-diz-marcio-pochmann,180170,0.htm    


Luiz Gonzaga Belluzzo - Professor e sócio fundador da Facamp - Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas, em 1975, onde se tornou professor titular em 1986. Em 1999, fundou a Faculdades de Campinas. Foi consultor pessoal de economia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - 'Desembrulhar o pacote de 2015 não vai ser fácil', diz Belluzzo - Para o economista que já foi conselheiro do ex-presidente Lula, a política fiscal caminha num corredor estreito, mas o cenário para os investimentos é promissor - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,desembrulhar-o-pacote-de-2015-nao-vai-ser-facil-diz-belluzzo,182467,0.htm

Delfim Netto - Ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento - Cursou Economia na Universidade de São Paulo, onde fez carreira acadêmica. Quando ocupou o Ministério da Fazenda, o Brasil viveu o período conhecido como Milagre Econômico. Foi ainda deputado federal por cinco mandatos consecutivos. - ‘Existe um pessimismo muito acima do razoável’, diz Delfim Netto - Na avaliação do economista, Brasil não está tão fora do eixo como alguns fazem crer - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,existe-um-pessimismo-muito-acima-do-razoavel-diz-delfim-netto,180745,0.htm

Samuel Pessoa - Professor e colunista na área de Economia - Bacharel e mestre em Física e doutor em Economia pela Universidade de São Paulo. É especialista em crescimento e planejamento econômico. Chefia o Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). - ‘Deu errado o ensaio desenvolvimentista’ - Para o economista Samuel Pessoa, atual modelo econômico é um desastre que precisa ser revisto - http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,deu-errado-o-ensaio-desenvolvimentista,1149939,0.htm

Armínio Fraga Neto -    Professor e sócio do Grupo Gávea Investimentos  Graduado e mestre em Economia pela PUC-Rio e doutor pela Universidade de Princeton, nos EUA. Em Nova York, trabalhou no banco Salomon Brothers e no fundo do megainvestidor George Soros. Presidiu o Banco Central de 1999 a 2002.  ‘Gasto público deveria ser limitado por uma lei’, diz Armínio Fraga - Na avaliação do ex-presidente do Banco Central, medida abriria espaço para a reforma tributária - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,gasto-publico-deveria-ser-limitado-por-uma-lei-diz-arminio-fraga,181922,0.htm  

Gustavo Franco - Fundador e sócio da gestora de recursos Rio Bravo Investimentos - Pesquisador, professor e consultor na área de Economia. Doutor pela universidade americana de Harvard, com uma tese sobre hiperinflação. Nos anos 90, atuou como secretário do Ministério da Fazenda e presidente do Banco Central. É preciso retomar a agenda das reformas, diz Gustavo Franco - Para economista, reformas tributária, da previdência e trabalhista abririam espaço para mais produtividade e crescimento - http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,e-preciso-retomar-a-agenda-das-reformas-diz-gustavo-franco,1159140,0.htm