quinta-feira, novembro 01, 2018

Como se sente com Bolsonaro presidente? (Roteiro para uma aula de História do Brasil contemporâneo)


Por Moisés Basilio


Minha filha me fez a pergunta que é título desse artigo e como professor de história de ensino fundamental respondi como um breve roteiro de aula, onde cada parágrafo merece uma parada para reflexão e discussão. 

Nasci em 1960 e sobrevivi aos vários presidentes do Brasil e descobri que a vida não se resume a um presidente, mas à luta da Nação por um país melhor.

E o que é melhor para a Nação é fruto de uma disputa que envolve cada brasileiro e os campos sociais, econômicos e políticos organizados da sociedade (partidos, igrejas, sindicatos de trabalhadores e patronais, organizações e movimentos sociais, mídias, forças armadas, organizações criminosas etc.

Quando nasci o presidente era o Juscelino (1960), inaugurando Brasília e com o epiteto de presidente bossa nova, representante do campo nacional desenvolvimentista;

Depois foi eleito Jânio Quadros (1961-1962), um similar civil do Bolsonaro, populista de direita conservador e autoritário;

Depois, por um curto período conturbado, com o presidente populista nacional-desenvolvimentista, Jango (1962-1964), das reformas de base, sem bases políticas consistentes;

Depois vieram os presidentes militares representantes do golpe civil/militar: Castelo, Costa e Silva; Junta Militar; Médici, Geisel e Figueiredo (1964-1985), representantes de um Brasil aliado do lado Capital num mundo eivado pela Guerra Fria;

Depois a transição democrática conservadora com o vice Sarney (1986-1990), representando as contradições da nova ordem econômica do movimento do capital globalizado;

Depois o bad boy, caçador de marajás, Collor (1991-1993), representante do campo da implantação do campo neoliberal do mundo capitalismo globalizado;

Depois o governo do vice Itamar Franco (1993-1994), rearranjando a transição conservadora dentro do mundo do Capital Globalizado;

Depois dois mandatos do FHC (1995-2001), consolidando a transição política conservadora dentro da nova ordem global, sob a égide do Capital globalizado;

Depois o ciclo petista com Lula e Dilma, tentando resgatar um projeto popular e democrático num mundo globalizado, com avanços e contradições;

Depois o governo golpista do vice Michel Temer, freando o projeto democrático e popular;

E agora o Bolsonaro, consolidando o golpe ao projeto democrático e popular e iniciando um novo ciclo dentro da nova ordem de globalização capitalista conservadora e liberal.

Resumo da ópera: Cada presidente é um representante do momento político da época.

Infelizmente vivemos um tempo do ressurgimento:

- Das ideias e práticas conservadoras na moral e nos costumes;

- Das nuanças liberais na economia;

- Das práticas antidemocráticas/autoritárias no plano geral (Estado e Sociedade).

O que fazer nos próximos anos? Vamos à luta:

- Pelas ideias e práticas progressistas na moral e nos costumes;

- Pelos princípios socialistas na economia;

- Pela prática democrática no geral (Estado e Sociedade).

Axé!


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