quinta-feira, maio 17, 2007

DOSSIÊ SOBRE SAÚDE DOS ALUNOS E PROFESSORES

Comentário Moisés: Tanto alunos como professores são vítimas de graves problemas de saúde na escola. A cada ano que passa o problema piora. As condições de trabalho estão sendo constantemente negligenciadas em função de uma lógica que faz da escola uma fábrica do século XIX.

Folha Online, 15/05/2007 - São Paulo SP - Como "matar" um professor - Gilberto Dimenstein

Há uma série de pesquisas que mostram o enorme estresse a que é submetido um professor, especialmente de escola pública, traduzindo-se em várias doenças, como ansiedade ou depressão. Ao perder o encanto de ensinar, ele estará, enquanto profissional, morto, esperando a aposentadoria.

Todos falam em inúmeros fatores por trás dessa "morte": classes superlotadas, falta de estrutura das escolas, pais desinteressados, alunos violentos, poucos estímulos para premiar o mérito etc. Há, porém, um fator pouquíssimo comentado, que, na minha opinião, é dos piores porque se associa ao mau desempenho nas notas e favorece comportamentos violentos.

Tenho recebido uma série de estudos que revelam a altíssima incidência, nas escolas públicas, de doenças e distúrbios psicológicos em estudantes. Falamos aqui em, no mínimo, 30% dos alunos, entre os quais alguns simplesmente não enxergam ou ouvem direito. Só a dislexia pode estar atingindo 15% deles. Temos na sala de aula um desfile de enfermos sem cuidados apropriados.

Isso significa que os governos deveriam ajudar as escolas a enfrentar problemas que não podem ser resolvidos pelo professor, da saúde à assistência social; filhos de famílias desestruturadas tendem a ter problemas em sala de aula. Exige-se, assim, um olhar mais sofisticado diante da educação.

Como esse olhar não existe e cada repartição do governo trabalha isoladamente, o professor acaba vítima de tensões que vão muito além da sala de aula. Esse é um dos fatores que explicam o enorme absenteísmo e a rápida rotatividade em escolas públicas tanto de estudantes como de professores.

Nessa "morte" do professor, a maior vítima, é claro, é o lado mais frágil, o aluno, acusado de ser culpado por não aprender. E aí quem "morre" é o aluno, que passa a não ter interesse pelo conhecimento.

PS - No site www.dimenstein.com.br há mais dados sobre educação e saúde.

folha de s.paulo - 14/05/2007

O massacre dos inocentes - folha de s.paulo - 14/05/2007

Deveríamos olhar com mais atenção para doenças que podem produzir marginais e alunos incapazes de aprender

Se seu filho ou aluno é esperto, mas tem muita dificuldade de aprender, preste atenção a estas estatísticas de associações psiquiátricas: entre 5% e 17% dos brasileiros sofrem de dislexia, perturbação na aprendizagem da leitura que leva a pessoa a embaralhar letras e números; pelo menos 7% têm, em algum nível, distúrbio de atenção e hiperatividade.

Essas porcentagens se traduzem em crianças e adolescentes abatidos em sua auto-estima, marginalizados, chamados de "burros" por pais e professores. Ou, pior, transformados em assassinos, traficantes ou assaltantes. Investigações em várias partes do mundo detectam alta incidência de presos com histórico de distúrbios neurológicos que dificultam a aprendizagem. Em Londres, estima-se que 50% da população carcerária sofra ou tenha sofrido desses distúrbios.

O psiquiatra Arnaldo de Castro Palma entrevistou detentos de Curitiba e concluiu que 65% deles apresentavam doenças associadas à dificuldade de aprender. Neste momento, o Instituto de Psiquiatria da USP está avaliando 5.000 internos da Fundação da Casa (antiga Febem). A julgar pelas informações preliminares, os pesquisadores encontrarão resultados preocupantes. Isso significa que essas doenças levam ao crime?

Obviamente, não. Se fosse assim, homens como Walt Disney, Einstein, Thomas Edison, Steven Spielberg, Louis Pasteur, apresentados em livros e congressos médicos como portadores de distúrbio de atenção, teriam sido improdutivos. Já que o país está cada vez mais preocupado com os estarrecedores indicadores de violência e de educação, deveríamos olhar com mais atenção para doenças que podem produzir marginais e alunos incapazes de aprender.

Suponhamos que os problemas psicológicos, incluindo não só os distúrbios de atenção, a hiperatividade e a dislexia mas também a depressão e a ansiedade, atinjam 20% dos estudantes. Qualquer psiquiatra diria que eu estou sendo demasiadamente otimista, mas deixemos assim.

Suponhamos também que, como indicam muitas pesquisas científicas, 30% deles tenham verminoses, asma crônica, rinite alérgica, anemia por falta de ferro, deficiências visuais e olfativas. Mais uma vez, estou sendo otimista na porcentagem.

Só os problemas respiratórios, como a asma, atingem mais de 15% dessa população. Na melhor das hipóteses, temos o seguinte: para cada dez estudantes, três terão dificuldades de aprender por causa não do professor ou da qualidade de ensino, mas de uma deficiência física ou psicológica.

Os filhos de famílias mais ricas, quando apresentam problemas de aprendizado, recebem tratamento médico e psicológico, além de aulas de reforço com professores particulares. Em geral, os colégios de elite são compreensivos e os ajudam a prosperar, entendendo o seu ritmo; os estudantes que, ainda assim, não conseguem acompanhar o ritmo das aulas mudam de escola antes da repetência. Em sua maioria, eles amadurecem, descobrem um talento e, graças a todo esse apoio, aprendem a se virar sozinhos.

Já os mais pobres vão se degradando nas suas doenças e entram num círculo vicioso: não conseguem reter a informação, são desprezados, perdem a autoconfiança e passam a acreditar que são mesmo "burros". Estudam em salas superlotadas, com professores desmotivados, que desenvolvem um currículo sem a menor conexão com o cotidiano. São poucas horas de aula, sem direito a reforço. A terapia encontrada para ajudá-los é fazê-los repetir o ano; pais e professores das crianças se unem para dar uma "lição" aos vagabundos.

Maria Mônica Bianchini, uma das pesquisadoras do Instituto de Psiquiatria da USP na Fundação Casa, afirma: "A baixa auto-estima pode significar abuso de drogas e álcool". Gera-se mais um círculo vicioso -muita droga, pouca atenção. Isso não quer dizer que eles entrem necessariamente no crime, mas o fato é que recebem poucos estímulos para serem produtivos. Dependendo do lugar em que vivam e da família que tenham, o risco de delinqüência é gigantesco.

É, em poucas palavras, um massacre de inocentes. Prepara-se, assim, o campo para o surgimento dos analfabetos funcionais ou dos criminosos -ou das duas coisas juntas. A pesquisa do psiquiatra Arnaldo de Castro Palma mostra que, em Curitiba, 80% dos presos são analfabetos funcionais, uma quantidade igual à dos que apresentam distúrbios de aprendizagem como dislexia, déficit de atenção e hiperatividade.

Não é possível, assim, confiar na consistência de nenhum, rigorosamente nenhum, projeto de melhoria de ensino e de segurança que não leve em conta as questões da saúde psicológica e física no aprendizado.

PS - Coloquei no site uma pesquisa sobre distúrbios de aprendizagem, com testes que ajudam a detectar alguns sintomas de doenças neurológicas. É mais simples do que se imagina.

pesquisa folha - 11/05/2007


Veja dados sobre distúrbios de aprendizagem

da Redação

Dislexia, hiperatividade, déficit de atenção, ansiedade, entre outros transtornos de aprendizagem, muitas vezes são a causa de grande parte da evasão escolar e marginalização de indivíduos. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), o distúrbio é considerado como o de maior incidência dentro de sala de aula, atingindo de forma mais severa crianças em fase de alfabetização.

Percentual:
Dislexia: 5% a 17% da população
Hiperatividade e distúrbio de atenção: 7% dos alunos em idade escolar
Hiperatividade: 5% das crianças
Déficit de atenção: 3 a 5% das crianças

Na sala de aula:
Geralmente as crianças com algum tipo de distúrbio de aprendizagem não aprendem da maneira convencional, acarretando no abandono do ensino formal e fracasso na vida escolar. Leia mais sobre o assunto:
O fracasso dos jovens frente ao processo de leitura e escrita
A importância do professor na percepção das dificuldades escolares
Pedagogia da Hiperatividade e distúrbio de atenção

População carcerária:
”Pesquisas realizadas com a população carcerária de Londres divulgada no livro: The adult dyslexic The interventions & outcomes (O adulto disléxico – As intervenções e os resultados), dos autores David McLoughlin, Carol Leather e Patricia Stringer, comprova que 50% da mesma sofre de dislexia e acabam cometendo delitos por ter sua auto-estima baixa, advindo de uma sociabilidade prejudicada, expectativas frustradas e por se submeterem apenas às atividades secundárias. Seja no Brasil ou em Londres o quadro educacional parece ser o mesmo, um método de ensino que lida com todos da mesma maneira, sem fazer surgir qualidades e habilidades peculiares, principalmente dos que apresentem dificuldades específicas em determinada área do aprendizado.” (fonte: ABD)

No Brasil não há um levantamento da população carcerária como um todo, já um estudo parcial realizado pelo psiquiatra Arnaldo de Castro Palma com internos da cidade de Curitiba, no ano de 2003, mostra as seguintes condições: “Quanto a escolaridade, mais de 80% são analfabetos ou analfabetos funcionais. O conjunto daqueles que conseguiram concluir o Ensino Fundamental não atinge 10% do total de entrevistados.O grau de instrução da população carcerária é seriamente comprometido pelo alto índice de portadores de transtornos cognitivos, que reduz a capacidade de assimilar e adquirir informações, armazená-las, combiná-las, classificá-las e utiliza-las oportunamente. Numa estimativa em que se leva em consideração o histórico pessoal, é possível concluir que, a maioria absoluta dos entrevistados, foi afetada desde a infância por distúrbios da atenção e da aprendizagem. É provável que exista influência desses fatores psico-pedagógicos na conduta criminosa, especialmente entre os reincidentes e violentos. O dado numérico salta aos olhos: mais de dois terços dos entrevistados têm manifestações clínicas que indicam distúrbio de atenção.” Veja o estudo na íntegra


Alguns sinais que permitem diagnosticar os distúrbios de aprendizagem:
http://www.dislexia.com.br/sintomas.htm
http://www.tdah.org.br/diag01.php

O FRACASSO DOS JOVENS FRENTE AO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA: suas causas, implicações e conseqüências.

Tânia Maria de Campos Freitas

Psicopedagoga Clínica

Professora Especialista em Distúrbios de Leitura e Escrita

Diretora do CPM – Centro Psicopedagógico Maranhão

Diretora Científica da ABD – Associação Brasileira de Dislexia

Dentre os distúrbios de aprendizagem, nota-se com maior freqüência e intensidade a deficiência na aquisição e desenvolvimento da Leitura e Escrita.

Em nossa prática de consultório, atendendo crianças, adolescentes, jovens adultos, bem como os próprios pais, são comuns as queixas acerca da pouca eficiência do saber ler e escrever. São comuns ainda, queixas de professores sobre estas dificuldades, ou seja quão pouco eficiente os jovens se encontram em relação à linguagem oral, quão pouco domínio eles dispõem da verbalização adequada como instrumento de comunicação e, o mesmo ocorrendo com o domínio da leitura e da escrita.

Relatos são conhecidos por todos, sobre alunos que não aprendem Matemática, História, Ciências, etc., não por serem portadores de dificuldades específicas nas referidas áreas, mas por faltarem-lhes o instrumental básico, ou seja, na leitura a possibilidade de compreensão, a capacidade para interpretar, abstrair, inferir e estabelecer relações entre os fatos contextuais e na escrita o domínio da língua (da micro à macro estrutura), a capacidade para relacionar os dados e redigi-los de forma clara e coerente, respeitando os manejos gramaticais pertinentes e básicos à redação.

A leitura e escrita são processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de maneiras diversas, além disso temos a aquisição da leitura e escrita como fator fundamental e favorecedor dos conhecimentos futuros; é uma ferramenta essencial, ou mesmo a estrutura mestra onde serão alicerçadas as demais aquisições. É apoio para as relações interpessoais, para a comunicação e leitura de seu mundo interno e externo. Uma criança que não tenha solidificado realmente sua alfabetização, poderá tornar-se frustrada diante da educação formal, terá deficitário todo seu processo evolutivo de aprendizagem, apresentará baixo rendimento escolar e pouco a pouco sua auto estima estará minada, podendo manifestar ações reativas de comportamento anti-social, bem como levá-la ao desinteresse e muitas vezes até a evasão escolar. O problema pode ainda decorrer em outros secundários que acabarão se tornando tão ou mais graves daqueles originais que produziram a ineficiência da alfabetização.

Diante deste fato, objeto de queixas de educadores, pais e profissionais ligados à área, torna-se difícil distinguir onde se encontra a falha, seja de ordem da dinâmica individual, seja de ordem do meio, ou seja devido à síndrome psicossocial, onde estão envolvidas as três vertentes ao mesmo tempo: o indivíduo, a escola e a comunidade.

A fronteira determinante destes aspectos é frágil e tênue, muito se tem discutido e pesquisado, todavia são apontadas poucas conclusões efetivas e

menor parece ser a possibilidade para ações preventivas a todas as implicações do universo da aprendizagem.

Iniciando pela análise da dinâmica do indivíduo, este terá sucesso na aquisição da leitura e escrita dependendo da evolução maturativa e equilibrada dos aspectos fisiológico, emocional, intelectual e social.

Consideramos um indivíduo realmente alfabetizado não apenas quando mecanicamente decodificar sons e letras ou seja, quando puder transpor os sons para as letras (ao escrever) e das letras para os sons (ao ler), mas de forma efetiva, ou seja quando tiver automatizado o processo, sem precisar recorrer a todo instante aos passos necessários a esta atividade; e sobretudo quando puder utilizar-se desta habilidade para obter outros conhecimentos; para assimilar e montar esquemas internos que o permitam transformar os elementos brutos da realidade e que possa operacionalizar o processo contínuo de sua própria alfabetização (já que ela não é um fim em si mesma), e da aprendizagem enquanto um todo. Ajuriaguerra aponta que enquanto este processo permanece no limiar do voluntário, seu desenvolvimento é irregular e forçado; quando se automatiza, a leitura e a escrita se tornam fáceis, livres e muito rápidas.

A aquisição deste processo todavia, depende da oralidade, da aprendizagem da fala, que na criança parece evoluir a partir da compreensão da linguagem ( linguagem interna) para a efetiva expressão da mesma (fala). Chomski coloca que não basta: “Penso, logo existo”, mas “Falo, logo penso, logo existo!”.

Para desenvolver os estágios superiores da linguagem: a compreensão da palavra impressa (a leitura) e a expressão da palavra impressa (a escrita), a criança precisa (além de ter sedimentado de forma harmoniosa as etapas da oralidade), ser capaz de articular todos os sons da língua, o que normalmente se determina aos seis anos (observadas as diferenças maturacionais de cada indivíduo). Requer ainda a ampliação e domínio do universo vocabular. Outra etapa necessária que precisa ser vencida é a capacitação para analisar as palavras em seus segmentos subsilábicos, isto é analisar os sons, que as compõem. Esta possibilidade é a chamada consciência linguística ou fonológica. Sabemos que até os seis anos, observando sempre as características individuais, a criança só consegue segmentar palavras em sílabas, a partir desta idade passa a poder segmentá-las nas unidades mínimas: as vogais e consoantes.; quando essa habilidade ocorrer podemos afirmar que a criança passa a ter uma consciência metalingüística da mesma, a consciência fonológica, que a permite analisá-la mais eficientemente.

Ainda analisando sob o viés do indivíduo, temos como outro aspecto importante para garantir este processo, que a criança tenha um nível suficiente de habilidades específicas como: o desenvolvimento da Motricidade Geral, da Integração Sensório-motora (esquema corporal, lateralidade, sentido de direção, conceito de direita e esquerda, ritmo, orientação espaço-temporal), das Habilidades Perceptivo-motoras (visão, audição, memória,...). Estas capacidades precisam ser estimuladas, já que contribuem para a viabilização do processo da leitura e escrita, ou impõem-se como impedimento para a aquisição do mesmo.

O atraso específico na leitura pode ser de natureza de déficit cognitivo, especificamente na esfera da capacidade verbal. A. F. Jorm, em “Psicologia das Dificuldades em Leitura e Ortografia”, postula que um componente particular parece estar associado com dificuldades de leitura, é a capacidade de lidar com informações fonológicas na memória.

Outro aspecto que merece ser analisado refere-se à compreensão do texto. Sabe-se que há uma estreita relação entre a capacidade da leitura mecânica e a possibilidade de compreensão, assim sendo a criança que apresenta pouca eficiência na leitura, conseqüentemente apresentará dificuldades severas na compreensão do que lê. Por outro lado há indivíduos que mesmo não apresentando deficiência na identificação das palavras, ou seja, mesmo podendo traduzir literalmente as idéias propostas no texto, manifestam dificuldades para compreendê-lo, para estabelecer uma análise inferencial e crítica. São os leitores com déficits específicos de compreensão, encontrados não somente no Ensino Fundamental e Médio, mas também e principalmente nos cursos Universitários e em adultos já formados.

Sobre os aspectos mais relativos à escrita, temos que, assim como na aquisição da fala a linguagem receptiva antecede a expressiva, no sistema visual a leitura antecede a escrita. Desta feita, a maior parte dos distúrbios da expressão da palavra impressa, a escrita, são decorrentes da ineficiência da leitura, todavia há indivíduos que mesmo sendo bons leitores apresentam distúrbios na expressão escrita. Devemos estabelecer as diferentes situações-problemas que podem ocorrer na escrita, o primeiro grupo seria composto pelas crianças e jovens, que apresentam deficiências na discriminação e associação fonema/grafema, ou seja, aqueles que não sistematizaram efetivamente o processo da escrita mecânica, como seria esperado pela sua faixa etária e acadêmica, tendo tido escolaridade favorecedora e recursos cognitivos adequados. Esse grupo apresentará deficiências na aquisição da linguagem escrita, decorrendo em falhas ortográficas como trocas por confusões visuais e/ou auditivas, omissões e acréscimos (de letras ou sílabas), poderá ainda apresentar fragmentações e junções de palavras.

O segundo grupo caracterizaria os jovens que dominam o código do grafar, todavia apresentam dificuldades para compor um texto, para expressarem-se no papel. São aqueles que não conseguem transmitir para a escrita sua ideação ou seus conhecimentos adquiridos através de suas vivências e interações no meio. São indivíduos que na oralidade denotam e expressam criatividade, expressam ainda um mundo imaginário explorado e desenvolvido, assim como manifestam domínio do conteúdo informativo e conseguem estabelecer correlações adequadamente, todavia expressam total incapacidade para lidar com as estruturas necessárias para escrever.

Essas dificuldades não sendo trabalhadas, acarretarão vivências frustrantes e limitadoras no processo geral evolutivo da aprendizagem, isto é, a criança ou o jovem que não encontram suporte e continência para sua notação gráfica deficiente, desestimulam-se frente aos fracassos que vivenciam, levando-os ao desinteresse, à impotência na forma de expressarem-se e comunicarem-se por escrito. Eles fatalmente passam a escrever cada vez menos, limitando seu imaginário e potencialidade criativas, temendo as punições que sofrerão frente aos seus erros ortográficos.

Outro fator que causa fracasso neste processo seriam as crianças portadoras da Dislexia Evolutiva, que significa, segundo Galaburda e Aboitz, uma condição clínica, caracterizada pela dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita nos indivíduos de inteligência e estado psiquiátrico normais, que têm tido boas oportunidades de educação e oportunidades sócio-culturais adequadas., havendo correlação neurológica subjacente e que manisfestam muitos dos sintomas e das deficiências aqui descritos.

Em relação às demais atividades psíquicas envolvidas diretamente com este processo, temos por exemplo, a forma como a criança organiza seu pensamento, as suas características de personalidade, o como ela investe afetivamente no meio e, principalmente qual a função que a linguagem representa enquanto veio de comunicação.

A psicanálise através de Freud, coloca o quanto os aspectos inconscientes influenciam a aprendizagem e o quanto nossa harmonia psíquica capacita ou prejudica esta atividade. Se a nossa psique é o veio através do qual se dá nossa relação com o mundo, e, se é através dela que tomamos contato com o meio e o introjetamos, estando este aparelho como o chama Bion, em confusão ou conflitado em termos emocionais, terá alterada e prejudicada esta interiorização. Se uma criança, por exemplo, não teve em princípio um bom vínculo com a mãe, ou sua substituta, poderá desenvolver relações desfavoráveis em seu processo geral de aprendizagem e especificamente com a aquisição da linguagem oral, da leitura e escrita, podendo ser esta a sua forma de expressão de sintomas reativos manifestos. A linguagem, neste caso, poderá estar cumprindo uma função de alerta de que a comunicação, entre ela (a criança) e o mundo, está prejudicada.

Entendemos que além das possibilidades lingüísticas, perceptivas, motoras e cognitivas, além dos métodos, dos recursos didáticos, aprender implica em um sujeito que busca a aquisição do conhecimento, e significa sempre uma experiência emocional. Assim sendo, um indivíduo que não tenha motivação , não se estimulará para a aquisição de habilidades tão complexas que exigirão, capacidade para frustração adequada, possibilidade para seguir os padrões fixos e sistemáticos que o processo da leitura e escrita requer.

Dos aspectos relativos à dinâmica do meio, podemos apontar a falta de escolarização ou à privação cultural adequadas do meio, à própria marginalização do sujeito com dificuldades pelo ensino comum, sofrendo este a pecha de incompetente e desajustado, desfocando a responsabilidade da “Instituição- escola” para o indivíduo, a superlotação das salas de aula, que impedem a individuação dos alunos. Outros fatores relativos ao meio interferem na qualidade da aquisição da leitura e escrita, tais como a inadequação de métodos específicos às particularidades dos educandos, a escolha da metodologia baseada nas diferentes necessidades e dificuldades que os indivíduos apresentam, a aplicação de currículos sem fundamentação teórica, não sendo respeitados os reais níveis etários e possibilidades instrumentais dos alunos, o que acarreta em exigências aquém ou além da competência dos alunos. A pouca ou ineficiente estimulação dos professores, ou mesmo as relações educador/educando estabelecidas de forma conflitada, a inabilidade dos educadores para observar e detectar as reais deficiências manifestadas pelos seus alunos, o que impede a possibilidade de diagnóstico e tratamentos precoces e preventivos.

Em relação à família observam-se as altas ou baixas expectativas que são projetadas nos filhos, muitas vezes por desconhecimento da capacidade dos mesmos, ou ainda por projeções baseadas inconscientemente em suas próprias experiências escolares, causando-lhes vivências impotentes e baixa estima, quando não conseguem corresponder. É bastante comum referências de pais sobre similaridades de história de fracassos na leitura e escrita, suas e de seus filhos, estabelecendo desta forma uma identificação de modelos atávicos.

Finalizando, podemos concluir a relevância primordial de se ter o conhecimento do sujeito em seu processo evolutivo de aprendizagem, e sobretudo focar a atenção em sua unidade, observando os aspectos individuais (sejam eles cognitivos ou afetivo-emocionais), os familiares e os da comunidade como um todo, já que esse todo compõe o universo de cada um. Importante ainda ressaltar que educadores por vezes, iniciam precocemente o processo de aquisição da leitura e escrita, sem dar a devida estimulação às habilidades, o que acarretará em prejuízo à aquisição. Além disso, se estas habilidades cognitivas apresentam-se deficitárias, o estarão, antes mesmo da criança iniciar o processo de alfabetização, assim sendo, uma avaliação precoce possibilitará o diagnóstico e o tratamento e desta forma teremos uma alternativa de prevenção para evitar futuros transtornos acumulativos que decorrerão dessas deficiências já constatadas. A observação e o encaminhamento da criança pelo educador atento, favorece ainda o planejamento de métodos adequados e específicos para a aquisição da leitura e escrita das crianças com suas características próprias, além de possibilitar indicações de escolas que possam ser continentes a essas crianças e orientação familiar.

A importância do professor na percepção das dificuldades escolares

Nos últimos anos, muito têm acontecido na educação do Brasil.Surgiram programas para erradicação da alfabetização, partindo de ONGs e governos. Foram construídos centros de apoio à atividades extras escolares, que atendem em período integral, mas, ainda falta algo de concreto e que comece por um processo de mudança, já que se verificarmos dados, temos entre analfabetos funcionais (que escrevem seus nomes, lêem frases, mas geralmente não conseguem interpretá-las ou redigir um texto) e analfabetos, 75% da população Brasileira. Lamentável! Pode-se atribuir esse número à exclusão educacional por falta de escolas, ou escolas super lotadas e em péssimas condições, professores mal formados e, conseqüentemente, despreparados para atuarem. Porém, há uma questão pouco comentada no Brasil, até por que a educação não é o assunto de principal interesse a ser debatido entre nossos governantes e meios de comunicação, os distúrbios de aprendizagem, dentre eles, a dislexia, uma disfunção neurológica que atinge de 10 a 15% da população mundial.

Os objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação adotados pelas escolas nada têm a ver com os disléxicos. Eles têm como principais dificuldades em sala de aula a linguagem e a escrita, a ortografia, a lentidão na aprendizagem da leitura, a disgrafia (letra feia); em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto e tabuada; troca de letras na escrita e ainda desatenção e dispersão, geralmente não conseguindo copiar trechos de livros e textos de lousas. Estas pessoas não aprendem da maneira convencional acarretando no abandono do ensino formal, pelos fracassos na vida escolar, que culminam em complicações psicológicas.

Portanto, os professores e educadores em geral precisam estar sensíveis às demandas sociais, culturais e econômicas, que circundam seus alunos e, principalmente, as comportamentais. Por essa rotina contemporânea, totalmente sem ter horários definidos, mergulhados em compromissos e obrigações, geralmente os professores ficam mais tempo com os alunos do que os próprios pais, ou seja, eles terão a incumbência de estar atento às dificuldades e anseios apresentados por estas crianças. Porém, não é o que acontece na maioria dos casos.

Membros da Associação Brasileira de Dislexia -ABD vêm desenvolvendo um trabalho que visa justamente ir de encontro a essa mudança, com leis e diretrizes governamentais, que amplie o amparo aos portadores de distúrbios de aprendizagem e dislexia, muitos destes, hoje desamparados, taxados de maneira errônea pelo pouco conhecimento de professores e educadores, que por falta de investimentos na área, nada podem fazer senão apenas seguir o modelo de ensino vigente da educação brasileira.

Para mais informações:

Associação Brasileira de Dislexia – ABD.

Marcio Zonta – Assessoria de Imprensa
www.dislexia.org.br / comunica@dislexia.org.br

11- 3258-7568 / 11- 3237-0809

2005-06-30 - Pedagogia da Hiperatividade e distúrbio de atenção

Os dados percentuais de crianças e adolescentes que apresentam hiperatividade e distúrbios de atenção no Brasil ainda são muito vagos. No entanto acredita-se que, pelo menos 7% dos alunos em idade escolar apresentam sintomas que, associados, moldam o quadro desse transtorno.
Aqueles alunos que os professores classificam como “pestinhas” são os mais propensos a desenvolver o distúrbio que é caracterizado por:

• Dificuldades em manter a atenção,
• Dificuldades em seguir ordens,
• Dificuldades para ficar quieto, sentado e trabalhar de forma independente na sala de aula;(entre outros sintomas)

O comportamento inadequado por esses alunos frequentemente interrompe a concentração de seus colegas e geralmente resulta em relações pobres com os demais alunos. Adicionalmente, esses problemas geralmente são acompanhados por outros associados (por exemplo, baixa auto-estima, depressão ) que pode afetar significativamente a performance desses estudantes.
Para lidar com esses alunos de forma eficiente e contribuir com a melhoria da sua condição, levantamos alguma dicas básicas que podem ser usadas em sala de aula:

• Olhe sempre nos olhos;
• Usar recursos e formas de apresentação não habituais - crianças com distúrbio de atenção adoram novidades;
• A memória é um grave problema para eles - Ensine mnemônicos, quadrinhas, dicas, rimas;
• Divida as grandes tarefas em tarefas menores - Isso possibilita 'a criança a vislumbrar que a tarefa PODE ser terminada;
• Elogiar o aluno com constância - NÃO APENAS QUANDO ELE TERMINA A TAREFA, mas DURANTE o transcorrer da mesma, INCENTIVANDO o seu término;
• Utilizar metodologia preferencialmente visual, uma vez que os alunos com esse distúrbio aprendem melhor dessa maneira.

Se algum de seus alunos apresentar sintomas, você pode se informar melhor no site www.tdah.org.br.

Alguns sinais que permitem diagnosticar os distúrbios de aprendizagem:

DISLEXIA: SINTOMAS E SINAIS

Na Primeira Infância:

1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

Observação:

Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.

A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.

Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam submete-las a exercícios nos chamados "andadores" ou "voadores". Prática que, advertem os especialistas, além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em "andador", só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças.
Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de maneira comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade hemisférica-cerebral.

A Partir dos Sete Anos de Idade:

1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura silenciosa;
7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande imaginação e criatividade;
14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças bruscas de humor;
21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de justiça;
45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.

Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.

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