Por Moisés Basilio
Minha filha me fez a pergunta que é título desse artigo e como professor de história de ensino fundamental respondi como um breve roteiro de aula, onde cada parágrafo merece uma parada para reflexão e discussão.
Nasci em 1960 e sobrevivi aos
vários presidentes do Brasil e descobri que a vida não se resume a um
presidente, mas à luta da Nação por um país melhor.
E o que é melhor para a Nação
é fruto de uma disputa que envolve cada brasileiro e os campos sociais,
econômicos e políticos organizados da sociedade (partidos, igrejas, sindicatos
de trabalhadores e patronais, organizações e movimentos sociais, mídias, forças
armadas, organizações criminosas etc.
Quando nasci o presidente era
o Juscelino (1960), inaugurando Brasília e com o epiteto de presidente bossa
nova, representante do campo nacional desenvolvimentista;
Depois foi eleito Jânio Quadros
(1961-1962), um similar civil do Bolsonaro, populista de direita conservador e
autoritário;
Depois, por um curto período
conturbado, com o presidente populista nacional-desenvolvimentista, Jango
(1962-1964), das reformas de base, sem bases políticas consistentes;
Depois vieram os presidentes
militares representantes do golpe civil/militar: Castelo, Costa e Silva; Junta
Militar; Médici, Geisel e Figueiredo (1964-1985), representantes de um Brasil
aliado do lado Capital num mundo eivado pela Guerra Fria;
Depois a transição democrática
conservadora com o vice Sarney (1986-1990), representando as contradições da
nova ordem econômica do movimento do capital globalizado;
Depois o bad boy, caçador de
marajás, Collor (1991-1993), representante do campo da implantação do campo
neoliberal do mundo capitalismo globalizado;
Depois o governo do vice
Itamar Franco (1993-1994), rearranjando a transição conservadora dentro do
mundo do Capital Globalizado;
Depois dois mandatos do FHC
(1995-2001), consolidando a transição política conservadora dentro da nova
ordem global, sob a égide do Capital globalizado;
Depois o ciclo petista com
Lula e Dilma, tentando resgatar um projeto popular e democrático num mundo
globalizado, com avanços e contradições;
Depois o governo golpista do
vice Michel Temer, freando o projeto democrático e popular;
E agora o Bolsonaro, consolidando o golpe ao
projeto democrático e popular e iniciando um novo ciclo dentro da nova ordem de
globalização capitalista conservadora e liberal.
Resumo da ópera: Cada presidente é um
representante do momento político da época.
Infelizmente vivemos um tempo do ressurgimento:
- Das ideias e práticas conservadoras na moral
e nos costumes;
- Das nuanças liberais na economia;
- Das práticas antidemocráticas/autoritárias no
plano geral (Estado e Sociedade).
O que fazer nos próximos anos? Vamos à luta:
- Pelas ideias e práticas progressistas na
moral e nos costumes;
- Pelos princípios socialistas na economia;
- Pela prática democrática no geral (Estado e
Sociedade).
Axé!