A notícia abaixo traz uma informação interessante para se investigar. Mesmo com a sistema de escravidão, muitos negros acabaram tendo acesso à cultura letrada, pois a prática racista não era intensa como a que aflorou entre os anos de 1910 e 1930, com aquilo que chamamos de ideologia do embranquecimento da população brasileira e que de certa forma, mesmo com a chamada democracia racial, se propagou até os dias atuais, afastando o povo negro dos bancos do sistema escolar oficial. Há um outro estudo, de uma pesquisadora mineira, que preciso procurar, que investiga o letramento entre a população negra nos séculos XVII, XVIII e XIX em vários regiões de Minas Gerais. Assim que achar essa informação publico aqui no blog. Axé!
Fonte: Jornal O Globo internet - Publicada em 05/12/2008 às 16h40m
Marta Reis
" Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. "
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- Escrevi diversos artigos sobre o assunto e as pessoas diziam que eu era louca, que os negros só começaram a estudar para ser professor na década de 1960. Então, me senti desafiada a provar aquilo. Demorou dez anos, desde o dia que achei a primeira foto, mas aí está o resultado - comemora Lúcia, que é pesquisadora associada do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira, da UFF, e professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Reforma educacional afasta os negros das escolas

- Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. Muitos intelectuais achavam que a solução para o desenvolvimento do Brasil era a imigração da população européia. Então, foram criadas regras para afastar os negros.
As normas fizeram parte de uma reforma educacional brasileira do início do século passado, que no Rio aconteceu em 1927. Pelas regras implementadas, professores com mais de quatro obturações dentárias, sem algum dos dentes, ou não nascidos na cidade do Rio de Janeiro não eram aceitos nas escolas. Além disso, foi criado um programa de estímulo à aposentadoria, conta Lúcia.
- Com os alunos, o processo foi parecido. Eles precisavam preencher um formulário escolar que mais parecia uma ficha médica, que acabava por discriminar os mais pobres, em sua maioria negros.
Cotas contribuem para a formação de uma elite negra, dia Lúcia

- Pesquisas já comprovaram que os cotistas não diminuíram a qualidade do ensino dessas universidades. Pelo contrário, eles são os mais esforçados. As políticas afirmativas são essenciais para que criemos uma elite negra no país. Se elas não são a solução definitiva, são pelo menos a temporária - defende.
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