Moraes,
Carlos. Um time para sempre. São Paulo: ÔZé Editora, 2011. Publicado em 1981
com o título: A vingança do timão. Foi totalmente revisto para esta edição.
Por Moisés Basílio Leal
É
na juventude que realizamos nossos grandes feitos heroicos. Nesse livro do Carlos
Moraes, que tem como personagem principal o time de futebol que leva nome do
rio de uma cidade da fronteira gaúcha, o Pedra Moura Futebol Clube, ele
descreve a trajetória de jovens tornando-se adultos e de alguns adultos que se
permitem voltar à juventude através do futebol.
A
narrativa se passa no bairro Popular lá pelos idos dos anos de 1970 e por 18
capítulos a saga se desenrola em várias pequenas histórias encadeadas em torno
da organização de um time de futebol, ideia do filósofo e pedreiro Amaro e que
contou com a participação ativa de toda a comunidade.
Amaro
veio de outra cidade para trabalhar na região e acabou assentando moradia no
Popular. Nas horas vagas perambulava pelo bairro e como apreciador de futebol
acabou se encantando com os talentos dos jovens esportistas da localidade. Só
que os rapazes estavam divididos em dois grupos rivais e coube ao Amaro à
perspicácia de propor a união para a formação de um time forte.
Em
meio às dificuldades para organizar o time, jovens e adultos também enfrentam
as adversidades materiais e afetivas da vida social. Este é o fio condutor da
narrativa que o autor com esmero desenvolve nos 18 capítulos do livro. Em cada
capítulo um novo mistério a ser desvendado numa escrita leve e fluente.
Confesso que li o livro numa sentada só, numa noite de domingo.
Esse
livro foi publicado originalmente em 1981 com outro titulo: “A vingança do
timão”, pela editora Brasiliense e nesse mesmo ano foi o vencedor do prêmio
Jabuti na categoria de melhor livro juvenil.
A
leitura me levou ao tempo de juventude com seus sonhos, desafios, medos e
esperanças. Também houve um time de futebol no meu bairro, que não prosperou, e
jovens que adoravam correr atrás da bola como o meu primo Newton, Robé, Nelson
Mancha, Tampinha, Luiz Afonso, Cidinho, Claudio, Marinheiro, Waldemar, Waltinho
etc. Ao terminar de ler o livro fiquei com uma dúvida: Nosso time não foi para
frente por conta da falta de um Amaro, descobridor de talentos, para encontrar
nossa outra metade, ou porque não éramos talentosos na nobre arte do esporte
bretão.
Capa da 1ª edição em 1981. |