O jornal paulistano "O Estado de S. Paulo" vem publicando aos domingos uma série de entrevistas com economistas de diferentes matizes e experientes no trato das questões espinhosas de nossa economia, em seus aspectos sociais e políticos.
Aproveitei as leituras e fiz um dossiê do que já foi publicado até agora, pois estamos em ano eleitoral e temos o dever cívico de nos preparamos para escolher nossos próximos governantes federal e estadual.
A economia é uma arte de difícil manejo. Por mais estudos que se faça, as variáveis são tantas que o resultado final é difícil de ser previsto com antecipação. A partir de uma base de princípios e hipóteses iniciais se faz uma aposta e durante o caminho de sua execução vai se corrigindo a rota. A incerteza é sua companheira constante e só ao final de um ciclo é que saberemos se nossas apostas foram válidas ou equivocadas.
No plano macro-econômico brasileiro as grandes apostas são feitas de quatro em quatro anos no momento da disputa eleitoral. As forças politicas, econômicas e sociais da nação entram numa disputa para a consolidação de uma nova maioria para governar.
Estamos vivendo o primeiro momento dessa disputa que é a fase pré-eleitoral, onde se formam as primeiras alianças e se constrói o programa para ganhar a eleição e também se afina o discurso eleitoral. E é bom lembrar que o programa para ganhar a eleição não é o programa que vai governar. Esse só se estabelece depois do resultado final das eleições.
Com a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil nesse ano de 2014, entre o primeiro e o segundo momento, teremos uma momento intermediário importante, que de uma forma ou de outra influenciará no resultado final das eleições. Três fatores terão influência nesse momento: 1. O bom ou o mau desempenho da organização geral da Copa no país; 2. As manifestações de massa pró ou contra a realização da Copa; 3. O desempenho da Seleção Brasileira.
O segundo momento é o da campanha eleitoral do primeiro turno. Começa para valer com o início do horário eleitoral gratuito na televisão e rádio, a campanha de rua, e nas últimas eleições tem sido potenciado pela rede mundial de computadores.
O terceiro momento é o da campanha eleitoral do segundo turno. Dependendo dos resultados do primeiro turno, tudo pode ser rearranjado para a nova disputa. Com o quadro do parlamento já definido, os dois candidatos majoritários que vão à nova disputa terão que moldar suas ações a partir das novas forças políticas que emergirem das urnas. As alianças são repactuadas e novas apostas serão feitas.
O quarto momento é o tempo entre a festa da vitória dos que ganharam as eleições e a posse do novo governo. Da euforia inicial da vitória até a posse no poder para governar há um hiato onde as apostas se renovam. O ponto culminante se dá na difícil montagem do novo governo com as respectivas divisões dos cargos, tanto no poder executivo, quanto no poder legislativo.
Os economistas listados a seguir estão em dois grandes campos: Os que em linha geral apoiam a atual maioria que governa, tendo à frente a Presidenta Dilma e os que tem se destacados no campo da oposição às apostas do atual governo. Pela leitura do perfil biográfico e pelos resumos das principais citações de cada economista, do resumo que preparei, já dá para perceber quais serão suas apostas. É bom também ressaltar que falta muita gente ainda entrar nesse debate e que essa lista é uma escolha da linha editorial do jornal. Assim que tiver acesso a outras posição com certeza compartilharei nesse espaço.
Vamos ao debate. Façamos nossas apostas.
Série de debates - Desafios Econômicos para o Brasil em 2015
Fonte: Jornal o Estado de S. Paulo
Nelson Barbosa - Ex-secretário
executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa é bacharel em Economia pela
UFRJ e PHD em Economia pela New School for Social Research. Ingressou na equipe
econômica do governo em 2003 e deixou o cargo de secretário executivo da
Fazenda no ano passado. ‘É
preciso ir além com o gasto social’, diz ex-secretário executivo da Fazenda. Na
primeira de uma série de entrevistas do 'Estado' com economistas, Nelson
Barbosa diz que o próximo governo deve avançar em habitação, transporte público
e inclusão digital - http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,e-preciso-ir-alem-com-o-gasto-social-diz-ex-secretario-executivo-da-fazenda,1130766,0.htm
Eduardo Giannetti da Fonseca - Doutor em
economia pela Universidade de Cambridge, mineiro de Belo Horizonte, Giannetti
formou-se em economia e ciências sociais pela Universidade de São Paulo, onde
também lecionou. Foi professor na Universidade de Cambridge e é autor de vários
livros, entre eles ‘O valor do amanhã’. - ‘Educação e meio ambiente devem ser as prioridades’, diz
Eduardo Giannetti - Em um novo modelo de crescimento, investimentos devem ser
direcionados para o capital humano - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,educacao-e-meio-ambiente-devem-ser-as-prioridades-diz-eduardo-giannetti,178374,0.htm
José Roberto Mendonça de Barros - Doutor em
Economia pela USP, com pós doutorado em Yale, Secretário de Política Econômica
do Ministério da Fazenda entre 1995 e 1998, José Roberto Mendonça de Barros é o
fundador da MB Associados, consultoria que atende cerca de 50 das maiores
empresas e instituições financeiras do País- ‘Investimento privado vai nos tirar da armadilha’, diz
Mendonça de Barros - Para ex-secretário do Ministério da Fazenda no Plano Real,
País volta a crescer se mobilizar empresários - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,investimento-privado-vai-nos-tirar-da-armadilha-diz-mendonca-de-barros,178888,0.htm
Edmar Bacha - diretor da Casa das Garças, mineiro, de Lambari, foi um dos primeiros economistas brasileiros a concluir doutorado no exterior, em Yale, nos EUA. Professor titular na PUCRio, UFRJ e FGV-Rio. Foi presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso- ‘Para escapar do pibinho, o caminho é a abertura’, diz Edmar Bacha - A integração às cadeias globais de produção levará ao choque de produtividade que o País precisa - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,para-escapar-do-pibinho-o-caminho-e-a-abertura-diz-edmar-bacha,179704,0.htm
Márcio
Pochmann - Presidente da Fundação Perseu Abramo -
Gaúcho, de Venâncio Aires, é professor na Universidade Estadual de Campinas,
presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e foi consultor da
Organização Internacional do Trabalho. Na política,
concorreu à prefeitura de Campinas. - ‘Donos
de propriedade pagam pouco imposto’, diz Marcio Pochmann - Presidente de
organização do PT diz que é preciso buscar novas formas de financiamento do
Estado - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,donos-de-propriedade-pagam-pouco-imposto-diz-marcio-pochmann,180170,0.htm
Luiz Gonzaga
Belluzzo - Professor e sócio fundador da Facamp - Doutor
em Economia pela Universidade Estadual de Campinas, em 1975, onde se tornou
professor titular em 1986. Em 1999, fundou a Faculdades de Campinas. Foi
consultor pessoal de economia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - 'Desembrulhar
o pacote de 2015 não vai ser fácil', diz Belluzzo - Para o economista que já
foi conselheiro do ex-presidente Lula, a política fiscal caminha num corredor
estreito, mas o cenário para os investimentos é promissor - http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,desembrulhar-o-pacote-de-2015-nao-vai-ser-facil-diz-belluzzo,182467,0.htm
Gustavo Franco - Fundador e sócio da gestora de recursos Rio Bravo Investimentos - Pesquisador, professor e consultor na área de Economia. Doutor pela universidade americana de Harvard, com uma tese sobre hiperinflação. Nos anos 90, atuou como secretário do Ministério da Fazenda e presidente do Banco Central. É preciso retomar a agenda das reformas, diz Gustavo Franco - Para economista, reformas tributária, da previdência e trabalhista abririam espaço para mais produtividade e crescimento - http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,e-preciso-retomar-a-agenda-das-reformas-diz-gustavo-franco,1159140,0.htm